Olho pela janela a viela da minha alma, observo pelos
mínimos detalhes o que se acontece lá fora, me agrado por algo pequeno de forma
chamejante, gorda e de transparência intrínseca, uma bexiga corada azulada
marinheiro, uma das cores mais calmantes e refletidas do céu para com o mar.
Mudo de direção os olhares, os pensamentos, me contorço por
dentro, me lembrando de como seria a vida desta bexiga, se ela tem as mesmas
duvidas da vida igual a mim, se ela gosta da forma em que se move se senti
gorda ou light por dentro, se sempre foi desta cor ou está no estado de
decomposição, dói em ser tão grande, e de peito cheio, esquece-se do que ela
foi e será.
Ai por diante, resolvi casar a alma com a esperança, o
impecável com o talvez pecado limpo, a bússola me indica o norte, porém quero
ir para o sul, me tranco na loucura da reflexão de mim com o espelho, fui de um
ponto para outro, tomei mais água, penteei o cabelo para o outro lado de
costume, cortei as unhas dos pés de fora para dentro, preferi não dormir por 8
horas diárias.
Busquei respostas em corpos vazios e cheios do nada opaco,
sensualizei aquilo incensurável, inalei e me dopei com perfumes de alta
butique, me estrupei de forma mais branda dessa vez, me toquei como se tocasse
uma massa delicada, me fiz e desfiz, abstrei a minha vida e a desenhei com
lápis faber – castell , me surpreendi com tamanha ousadia nas linhas cruzadas e
desordenadas, mas sem respostas, sem comentários, sem previsão da folha A4 me
detonar com aquilo tudo, tudo se silenciou agora, na próxima vez queimarei os
livros, fui pra fora agora, pedir explicação as nações por que tanta solidão e
trepica das questões.
Envolvente e pensante...só os que tem alma de verdade entenderão
ResponderExcluirObrigado, Cris. Agente se conversa agente se entendi.
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