domingo, 20 de janeiro de 2013

Viela da Alma



Olho pela janela a viela da minha alma, observo pelos mínimos detalhes o que se acontece lá fora, me agrado por algo pequeno de forma chamejante, gorda e de transparência intrínseca, uma bexiga corada azulada marinheiro, uma das cores mais calmantes e refletidas do céu para com o mar.
Mudo de direção os olhares, os pensamentos, me contorço por dentro, me lembrando de como seria a vida desta bexiga, se ela tem as mesmas duvidas da vida igual a mim, se ela gosta da forma em que se move se senti gorda ou light por dentro, se sempre foi desta cor ou está no estado de decomposição, dói em ser tão grande, e de peito cheio, esquece-se do que ela foi e será.
Ai por diante, resolvi casar a alma com a esperança, o impecável com o talvez pecado limpo, a bússola me indica o norte, porém quero ir para o sul, me tranco na loucura da reflexão de mim com o espelho, fui de um ponto para outro, tomei mais água, penteei o cabelo para o outro lado de costume, cortei as unhas dos pés de fora para dentro, preferi não dormir por 8 horas diárias.
Busquei respostas em corpos vazios e cheios do nada opaco, sensualizei aquilo incensurável, inalei e me dopei com perfumes de alta butique, me estrupei de forma mais branda dessa vez, me toquei como se tocasse uma massa delicada, me fiz e desfiz, abstrei a minha vida e a desenhei com lápis faber – castell , me surpreendi com tamanha ousadia nas linhas cruzadas e desordenadas, mas sem respostas, sem comentários, sem previsão da folha A4 me detonar com aquilo tudo, tudo se silenciou agora, na próxima vez queimarei os livros, fui pra fora agora, pedir explicação as nações por que tanta solidão e trepica das questões.